“O QUE É CALADO NA PRIMEIRA GERAÇÃO, A SEGUNDA GERAÇÃO CARREGA NO CORPO” FRANÇOISE DOLTO
Quando uma pessoa nasce, além de carregar a herança genética, ela carrega a memória coletiva de sua ancestralidade. De acordo com os estudos de Bert Hellinger, muitos de nossos problemas, doenças, incom preensões e sentimentos ruins podem estar ligados a outros familiares que passaram por essas mesmas adversidades –mesmo que não tenhamos conhecido eles.
Por mais que não percebamos, somos fiéis à nossa família de modo estrutural, pois o campo familiar nunca se esquece de qualquer evento ou sensação mantida pela família. Dessa forma, a nova geração de filhos e netos –que é a mais afetada pelas ações dos ancestrais- experimenta intensamente as ondulações do fluxo da família e, sem consciência, perpetua o processo e as ações dos seus antepassados.
Portanto, tudo aquilo que foi reprimido, negado ou escondido em uma geração, tende a ser expresso e a buscar resolução nas gerações seguintes.
Quando o que foi vivido foram traumas, inibições, culpas e vergonhas, por exemplo, isso poderá se manifestar no corpo e nas emoções das próximas gerações em forma de sintomas variados.
Quando temos consciência disso, podemos analisar o que foi vivenciado pelo sistema familiar por meio das ferramentas de percepção, integração e ressignificação emocional da constelação familiar. Desse modo, será possível produzir uma expansão de consciência, mudança de postura e, consequentemente, libertação.
Além de ajudar a si próprio, quem busca compreender e resolver os processos de seu sistema também libera seus descendentes da pressão dos possíveis emaranhados em sua vida, concedendo-lhes maior liberdade para viver levemente.